3º Psicografia – Marcelo dos Santos Clemente

(02/12/1983 — 09/04/2011)

27 anos

Natacha, querida esposa, estou unindo neste momento o meu coração junto ao seu e ao coração da tia Ana para lhes dizer como sou grato por este carinho que parece desconhecer distâncias para me reencontrar, ainda que seja através de um ditado escrito às pressas, talvez na mesma intensidade das batidas do meu coração neste momento. Afinal as emoções nos pertencem, tem feito parte de nossas vidas.

[su_expand more_text=”Continuar lendo…” less_text=”Mostrar menos” height=”500″ hide_less=”yes” link_color=”#c30714″ link_style=”button” link_align=”center” more_icon=”icon: plus” less_icon=”icon: minus”]Hoje estou me valendo de outro sensitivo para encaminhar a você um pouco mais de mim renovando nossos laços de carinho, acalentando-te com expectativas de esperança que é tudo que precisamos no momento.

Quem poderá neste mundo de Deus prever o momento do seu regresso? Quantas justificativas nós, os facultativos da medicina, nos utilizaremos para explicar a razão ou motivo de um óbito inesperado? Você como estudante terá oportunidade de no futuro questionar as leis da ciência tradicional que os mais experientes sabem do quanto não é exata. O desconhecimento das leis de Deus, do planejamento confiado a cada indivíduo que estagia na Terra, costuma levar a revolta aos corações enlutados. Penso que no seu caso a saudade fala mais alto, isto se pensarmos nos momentos em que poderíamos ter sido mais parte um do outro. Talvez a minha ‘cara fechada’, como você mesmo dizia, fosse o resultado de um condicionamento habitual a quem desde cedo desdobrou-se nos livros em busca de respostas para a dor, a cura e até mesmo à morte. Isto sem tocar no assunto de âmbito familiar.

Perdoa se nestes momentos, guardo esta certeza comigo, a fiz se sentir menos amada e o nosso casamento que durou cerca de seis anos ter passado pelas turbulências que conhecemos.

Recordo com graça, hoje assim penso naquele dia, Natacha, após um de nossos desentendimentos habituais, quando você atirou para longe nossas alianças. Quanto trabalho! Você sabia no fundo que por onde for quero ser seu par ¹.

Assim acho que nossa imaturidade frente à tantas responsabilidades deixou-nos uma lacuna na mente e no coração e uma certeza, se fosse agora teríamos feito diferente. Não digo isto para culpá-la de coisa alguma como já lhe disse através de outro médium. Às vezes, frente minha aparente letargia, você tinha mesmo de fazer o papel de mãe para mim.

Quanto ao que ocorreu véspera de sábado madrugada, deixei o corpo num aparente sono profundo quando na verdade já havia uma programação prévia de desligamento do meu espírito do corpo há cerca de 9 dias. De nada se culpe minha querida. Não se sinta responsável por nada a não ser pelo bem que me fez e que me faz. A começar pelo nosso querido filho, nosso Laos. Creia, nós o beijamos juntos sem que você perceba.

Quanto ao diagnóstico obituário causa indeterminada é como já lhe disse no início da missiva, são os planos de Deus. Creia que por aqui tenho recebido todo carinho e atenção por parte de mãezinhas e avós dos irmãos viciados em crack que tive a oportunidade de atender com a distinção que me cabia. O drama deles era igualmente o meu, vencer as algemas e alçar vôos distantes. É o que ocorre com seu Marcelo no momento sem que isso signifique a minha ausência do seu coração.

Prossiga atenta às travessuras do nosso Laos. Estude firme.

Diga à tia Cida para não sofrer tanto, morte é sinônimo de regresso. Tia Cida, o meu coração te pertence, não me creia desaparecido. Jamais esquecerei o seu apoio, o seu incentivo e a sua compreensão para com seu menino às vezes tão emburrado. Aguardo sua presença numa reunião como esta onde através de mãos amigas eu possa me dirigir ao seu coração como desejo.

Beijando aqui seu coração tia Ana, enviando os beijos e abraços de sua mãezinha Antonia que como eu, segundo informações que obtive, está de braços dados a tarefas que sempre realizou com satisfação em favor dos semelhantes. Diga ao meu pai que a bebida leve e moderada, em dadas circunstâncias, é veneno lento incapaz de curar a saudade. Deixo a ele o meu abraço e o meu carinho. O mesmo a senhora, minha mãe Maria José, sei dos seus esforços para que o luto e o sofrimento não se demorem em casa. Seja firme mãe, amo a todos enviando beijos à senhora, sem me esquecer da querida Mariana e de todos os nossos.

Thalita, o Padre Justiniano, um dos coordenadores desta reunião, pede-lhe perseverança e fé. Segundo ele, muito em breve você haverá de receber as notícias que deseja dos seus pais pelo coração, a senhora Jovina Maria de Jesus e o senhor Alcídio de Assis. Creia, eles te ouvem, te percebem, te amam.

Por hoje querida Natacha, peço receba o pouco que posso lhe entregar. Estou renovando conceitos e sei que já não devo economizar palavras para me referir aos que amo.

Desejo que este ditado a fortaleça e asserene seu coração. Beije nossa vírgula, nosso querido Laos, que representa a continuidade do nosso amor.

Beijos do sempre seu,

Marcelo dos Santos Clemente.

 

Mensagem psicografada pelo médium Rogério Leite, em reunião pública, no dia 18/01/2012, no Grupo de Estudos Allan Kardec situado na Rua Tenente Anacleto Ferreira Pinto, 55 – Lorena, SP.

Esclarecimentos:
  • Natacha – Esposa;
  • Laos – Filho;
  • Maria José – Mãe;
  • Mariana – Irmã;
  • Cida – Tia paterna;
  • Thalita – Amiga da Natacha;
  • Ana – Tia materna;
  • Antonia – Avó materna. Mãe da tia Ana (desencarnada);
  • Padre Justiniano – Mentor espiritual do médium Rogério Leite;
  • Jovina Maria de Jesus – Avó da Thalita (desencarnada);
  • Alcídio de Assis – Avô da Thalita (desencarnado).
  • ¹ Por onde for quero seu seu par – Esta frase está gravada nas alianças do Marcelo e da Natacha. Na aliança do Marcelo está a parte “por onde eu for”, e na aliança da Natacha está a parte “quero ser seu par”. Ninguém sabia desse detalhe.
Depoimento da esposa:

Meu amor faleceu dormindo, numa madrugada de sábado. No atestado de óbito, causa indeterminada. Em seu coração uma ferida mortal causada por um mundo endurecido, desumano e triste. Marcelo era médico, e trabalhou muito na luta pelos moradores e usuários da cracolândia, com o sonho e a esperança de um dia restabelecer-lhes não só a saúde como também a dignidade.

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