(20/02/2004 — 26/09/2006)
2 anos
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Mãezinha Joselaine e paizinho Brazilino. Vou tentar escrever essa carta com o pouco que sei. Com o tempo, retorna para mim os direitos passados, e com eles muito do que conheci, aprendi e vejo que tenho muito que aprender ainda. Não quero que vocês se entreguem no desânimo dos sonhos, os filhos de alguma forma chegam aos pais pela vontade de Deus.
Quando no hospital eu deixava meu corpo sem me desprender dele, pois sabia eu que ficariam tristes com a minha ausência, muitos falavam: “Pode deixar o corpo Felipe, com ele assistimos um sofrimento que parecia inacabável”. E eu dizia: “E meu pai e minha Mãe? Quando não me virem mais estarão com os olhos cobertos de lágrimas!”. E assim eu voltava, pois já tinha comigo o direito de decisão. Insisti muito, mas vi que nada adiantava minha tentativa. Daí deixei o meu corpo enfermo, e no colo de uma madre cheguei a um lugar em que crianças brincavam, e a alegria do colorido do local me tirou de tantas preocupações com vocês.
A bisavó Plácida está aqui, diz ela que vocês devem aceitar que ela me adote. Ela é engraçada e só me passa coisas boas. Mãe, pai, um dia a gente se encontra através de outra carta.
Meus beijos, e tenha certeza de minha alegria de viver, e é isso que desejo a vocês. Direi mais em outra carta, se Deus me permitir.
Beijos.
Meu amor sempre!
João Felipe Carvalho Bispo Ramos.
MENSAGEM PSICOGRAFADA PELO MÉDIUM CELSO DE ALMEIDA AFONSO, EM REUNIÃO PÚBLICA, NA NOITE DO DIA 01/08/2011, NO CENTRO ESPÍRITA “AURÉLIO AGOSTINHO”, À AV. LUCAS BORGES, 61 – UBERABA – MG.
Esclarecimentos:
- Joselaine A. Carvalho Bispo – Mãe;
- Brazilino Domingos Ramos – Pai;
- Plácida Ramos Gonçalves – Bisavó materna (desencarnou em 06/06/2004, em decorrência de um infarto. João não chegou a conhecê-la, pois tinha apenas 4 meses quando ela desencarnou).
Depoimento da mãe:
João Felipe era um menino alegre, extrovertido, e muito inteligente. Era muito amado e encantava as pessoas com a sua maturidade. Era muito saudável, mas um dia, após brincar o dia todo, a noite começou a passar mal. Corremos com ele para o hospital, e João lutou contra uma meningite 110 dias, em coma numa UTI… João Felipe é meu único filho e a saudade dele dói muito, mas estamos aprendendo a conviver com isso. As cartas que o João me mandou me consolaram e me ajudaram a ter certeza de que a vida continua, e um dia vamos nos encontrar e matar essa saudade.