(07/10/1981 — 29/04/2006)
25 anos
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Não sei muito quanto a mim mesmo.
Não posso compreender a tudo, mas posso sim, dizer em tom mais alto, neste momento de alegria e paz: “Deus, muito obrigado Pai!”. Jamais pensei em receber um presente desta envergadura, lembrando meu aniversário. Muitos objetos marcaram as datas que se passaram, mas nada se compara a este.
[su_expand more_text=”Continuar lendo…” less_text=”Mostrar menos” height=”500″ hide_less=”yes” link_color=”#c30714″ link_style=”button” link_align=”center” more_icon=”icon: plus” less_icon=”icon: minus”]Mamãe Myriam, desculpa a exaltação do seu filho, mas é o que sinto neste momento, pois me vem a certeza que estou, de alguma forma, cooperando para que apazigúe esta dor, o que sei, auxiliará mais ainda o seu amor, considerando a dor de outras mães que viajam neste espaço de saudade, sem, às vezes, saberem se conseguirão forças para chegar.
Mãe querida, é até difícil dizer que estou feliz, mas é o que sinto escrevendo esta carta. Não desejo que você e o papai Julio fiquem imaginando a dor que não passei nesta transferência que me entrega ao lugar que devo estar. Falar quanto ao acidente não me traz tranqüilidade nem, tão pouco, motivo de paz.
Em momento algum, o Rafael me olhou e disse palavras que me acusassem. Somos os mesmos amigos, e digo à família do amigo que tenho a consciência tranqüila, embora deixo para muitos, dúvidas e opiniões que dispenso, pois cabe a mim saber de que maneira eu me comportei no momento do acidente.
Se falar quanto a uma abelha, me pedirão para dizer sobre uma colméia.
Espero que me ajudem, confiando no que eu estou dizendo.
Desejo muito que o papai Julio não creia que tudo foi por terra. O mestre dos mestres da medicina.
Me permitirão a continuidade dos meus estudos e me preparo para um dia abraçar o Dr. Julio, dizendo a ele: “Pai, você ficará honrado com seu filho!”. O seu exemplo, o seu carinho e a sua amizade me auxiliaram a ganhar o diploma tão esperado. Sei que sorriremos e manteremos nosso abraço por muito tempo.
Fica com Deus pai e ajude a mamãe. Seu filho continua a confiar em você.
Thaísa, estou recordando de nossa disputa pela atenção de nossos pais: “É só o Dú, tudo é para o Dú! Você sabe que não é assim. Sempre segurei em sua mão e, nas brincadeiras em nossa casa, desejava assistir o seu sorriso, o que me entregava motivo de alegria.
Beijos Thaísa. Esteja junto à mamãe e ao papai Julio.
Não sou nenhum anjo, mas sou aquele irmão entregando a você o que tenho de melhor. Mãe, dá um beijão na vovó Márcia, na vovó Luíza, no vovô João e no vovô João Eduardo.
E que todos aqueles que me lembram, me dedicando carinho, agradeço a todos com a certeza de jamais esquecê-los.
Mãe, é preciso parar a escrita.
Meus beijos, e saiba que não desconheço sua dor.
Permanecemos juntos.
Me abençoe.
João Eduardo Lasta.
MENSAGEM PSICOGRAFADA PELO MÉDIUM CELSO DE ALMEIDA AFONSO, EM REUNIÃO PÚBLICA, NA NOITE DO DIA 06/10/2006, NO CENTRO ESPÍRITA “AURÉLIO AGOSTINHO”, À AV. LUCAS BORGES, 61 – UBERABA – MG.
Esclarecimentos:
- Myriam e Julio — Pais;
- Thaísa — Irmã;
- Vovó Márcia — Avó materna;
- Vovó Luiza — Avó paterna;
- Vovô João — Avô paterno;
- Vovô João Eduardo — Avô materno;
- Rafael – Colega de turma do curso de medicina, do 8º período, que estava junto e, também, desencarnou no acidente.[/su_expand]