(13/03/1995 — 06/04/2011)
16 anos
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Minha querida mãezinha Andréa.
Oi papai Sebastião! Oi papai Geraldo! Oi Rafael! Oi Vitória! Meus amados irmãos, que Deus seja luz em seus caminhos.
Escutem o meu grito, eu não morri não. Estou chorando de emoção e saudade, emoção por poder estar aqui para poder consolar os seus corações e para falar-lhes que a vida não acaba em ocorrência alguma e que estamos juntos de um jeito diferente. Choro sim! A dor da saudade ainda está comigo, como sinto em vocês que está sendo uma dura lesão em seus espíritos essa minha ausência, que os exames do mundo não conseguem detectar.
[su_expand more_text=”Continuar lendo…” less_text=”Mostrar menos” height=”500″ hide_less=”yes” link_color=”#c30714″ link_style=”button” link_align=”center” more_icon=”icon: plus” less_icon=”icon: minus”]Com minhas palavras bordadas de saudade, que eu possa consolar seus corações tão sofridos. Nossas lágrimas têm rolado juntas, mas que seja para aliviar o aperto no peito, nada de tristeza improdutiva por minha causa quando Deus nos proporcionou tantos momentos sublimes.
Digo lhes que desde que começou aquela tontura, e todos se preocupavam, sentia que meu tempo reprogramado estava chegando ao fim. Me levaram de uma cidade à outra, e não tinha como reverter o problema e cada dia mais medicamentos e nada de melhorar, só não sabíamos que teria uma desculpa para terminar o meu tempo na jornada terrena.
Quando foi diagnosticado o tumor no cérebro todos sentimos como se o mundo tivesse desabado sobre nossas cabeças, a luta árdua deu início, mas vamos dar graças a Deus por ter sido diagnosticado, e em um mês tudo chegaria ao fim.
Quando no dia do calendário da terra completei 16 anos a cada abraço sentia-me despedindo, e dos meus lábios saiam murmúrios como a pedir-lhes que não se desesperassem.
Estava ao meu lado o vovô João pedindo-me coragem, daí pra frente não conseguia fazer com que minhas palavras saíssem, mas a tudo eu ouvia, e não me doía tanto as fibras do meu coração como me doía ouvi-los em seus desespero.
Quando naquele domingo que antecedeu essa minha viagem na quarta-feira já me sentia anestesiado, com os estudos que já estou tendo desse lado é que compreendo que já estava me desligando pouco a pouco do meu corpo físico.
O vovô não me deixou em momento algum, assim como está me acompanhando nessa nova caminhada que estão de um lado dos trilhos e eu de outro, quando saudei minhas provas por ter falhado em outra oportunidade na escola da terra, e retornei para saudar as provas que ficaram para trás.
No momento, um portal iluminado se abriu em minha frente e o vovô me abraçou, e como que voássemos para próximo ao céu azul o sono foi me dominando e não senti ser levado para o hospital dos Girassóis onde eu receberia todo tratamento feito pelo Dr. André Luiz, para acordar sem mal estar imaginário nesse meu corpo perispiritual. Quando abri meus olhos respirei profundo por ver tudo ao meu lado sem ficar zonzo, e não sentia dores, nem sede ou frio, olhei para o teto daquele hospital e vi anjos em pintura que pareciam sorrir para todos que despertam naquele local.
Não pensei estar em outra dimensão quando ouço o vovô a me abençoar, pensei estar tendo mais uma visão, mas quando me abraçou como em um flash as cenas finais se fixaram em minha mente, temi fazer a pergunta fatal. Ele, com suas palavras que me consolaram o coração, foi me explicando tudo o que me aconteceu e que eu deveria ter aceitação para receber alta, pois como eu estava sentindo, ninguém morre, apenas mudamos de dimensão e não de coração.
Não pense que foram fáceis meus primeiros momentos me sentindo longe de todos que amo, aos poucos envolvido em suas preces que me chegam a todo o momento, e que estão me dando a força necessária para que não me sinta fraco nem vacilante nessa caminhada que começou a pouco. Quando recebi alta fui segurando firme nas mãos do vovô por um caminho todo florido até a colônia da Luz, um local que se parece com um conjunto de prédios onde cada um tem seu aposento.
Ouvia o lamento de vocês e não tinha equilíbrio para vê-los à distância. Retornei aos estudos, e podem me chamar sim, mas com equilíbrio para que eu não esmoreça, pois sou sob as bênçãos de Deus e de Jesus mais um anjo de guarda que estará a ampará-los de imediato. Ninguém morre!
Mãezinha querida, não pense que os médicos erraram nos medicamentos. O tempo em que não foi descoberto o tumor no cérebro foi para que não pensasse que tudo foi rápido demais, pois quando foi diagnosticado, em um mês recebi bem mais do que eu precisava. Foi a senhora ao meu lado, a energia que me dava forças, por isso consegui ser abraçado no dia do meu aniversário.
Soube pelo vovô, seu Pai, do seu desespero no dias das Mães por eu ter feito essa viagem. Que tudo continue como se ao seu lado eu estivesse, Deus não nos uniria para nos separar. Estamos unidos de um jeito diferente, mas nossa saudade mamãe é do mesmo tamanho, mas peço que siga com coragem e fé em Deus, ainda há muito que precisa realizar, não sou seu único filho que precisa de sua atenção, meus irmãos aí estão, e não posso cortar o amor que sempre dividimos.
Não pense que eu tenha vindo antes do tempo, sei que meus 16 anos e quase um mês na vida física representaram um alicerce firme para que eu aí permanecesse tanto quanto desejávamos, mas se não fiquei foi para meu próprio benefício, porque senão eu estaria amargando a invalidez.
Limpe de sua memória minha feição doente, nem dentro da urna, na urna estava a foto minha e que em algum momento ela irá amarelar, então me lembre de como sempre fui, um menino brincalhão que procurava te oferecer o meu melhor como se soubesse que meu tempo seria breve, chorar mamãe alivia o aperto no peito, mas sem tristeza, estou vivo. Quando falar sobre mim não use tom de tristeza fale como se ao seu lado eu estivesse.
Preciso de sua fortaleza segura, aquela fortaleza em que quando o papai Geraldo seguiu por seus novos caminhos, e que nos transmitia e nos fazia forte, não conserve minha herança de jovem, guarde apenas nossas fotos que são registros de nossos momentos sublimes. Peço-te perdão por aqueles momentos em que me sentia inquieto te preocupando. Tudo passou tão rápido né mamãe?
Te entrego meu coração que está molhado pelas lágrimas que derramamos pela saudade que nos invade, porque os seus estão nas lágrimas que choram por sentir o seu desespero. Reaja mamãe, meus irmãos precisam de você.
Te amo e te entrego o meu coração reconhecido com a certeza de que não me aproximo de ninguém.
Meus irmãos amados valorizem cada momento de suas vidas fazendo o melhor ao seu alcance, agora é com vocês cuidarem de nossos pais por nos três. Agora não há mais roupas sobre as camas, nem gavetas e portas abertas, nem aquela briguinhas tão banais, vamos eternizar somente os nossos momentos de alegria. Fiquem com Deus meus irmãos amados.
Papai Geraldo, não foi possível passarmos todos os dias juntos, mas te serei reconhecido por ser meu pai biológico. Fique com Deus e com meus carinhos de amor e saudade.
Papai Sebastião, agradeço por estar sendo o amigo e companheiro de minha mãezinha, fortalecendo para que ela não desanime de caminhar. Agradeço o carinho para comigo como pela compreensão com a mamãe e meus irmãos quando a saudade aumenta um tanto a mais. Fica com Deus e com meu coração sempre reconhecido.
Mamãe querida, agora meu tempo finalizou, e como seu anjinho, estarei te protegendo nessa viagem em que veio de nossa Ibitinga, e sempre, estejas onde estiver, estarei protegendo a todos que amo e aos que aprendi a amar, agora preciso terminar.
Mil beijos do seu filho e irmão, sempre de vocês.
Gabriel de Souza Santos
MENSAGEM RECEBIDA PELA MÉDIUM LENITA ABRÃO SALES , NA NOITE DO DIA 14/10/2011, EM REUNIÃO PÚBLICA, NO CAMINHEIROS DO AMOR , EM UBERABA – MG.
Esclarecimentos:
- Andréa – Mãe;
- Geraldo – Pai;
- Rafael – Irmão;
- Vitória – Irmã;
- Sebastião – Pai de criação;
- João – Avô materno (desencarnado).
Depoimento da Mãe:
Gabriel desencarnou devido a uma infecção hospitalar após cirurgia para retirada de um tumor no cérebro. Falar do Gabriel sem derramar lágrimas é muito difícil, pois a saudade é enorme. Gabriel é um menino muito carinhoso, muito apegado a família, e a sua irmã Vitória, de 6 anos, sempre foi a sua paixão… Descobrimos o tumor no dia 02/03/2011, e foram apenas 34 dias de luta. Ele lutou muito pra continuar entre nós, e seus últimos dias foram muito sofridos. Tudo aconteceu tão rápido, mas nesses 34 dias ele se mostrou um guerreiro e nos ensinou muito.
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