1º Psicografia – Paulo Madjarof

Rosa, Rosa, vê se me ajuda, porque são momentos assim que me dificultam a ser o mesmo. Por mais que tente fugir de chorar, um tremor me toma o ser e parece que se abre em meus olhos um poço, derramando água a vontade. Me diz a nossa Silvinha, que nunca imaginava que eu fosse tão molenga.

Rosa, sei o que você me pergunta, mas não sei como responder. Você já pensou que coisa maluca? Prometemos escrever um ao outro¹, e a difícil incumbência ficou por minha conta. Vou te contar um segredo, prometia isto porque achava que você viria primeiro. Não sei por que pensava assim. Pensei errado não é mesmo?

Não fique você e os queridos filhos, o Paulinho, a Ivete, a Rosana, pensando mesmo que naquela noite algo poderia acontecer que fosse diferente. A alegria pelo Dia das Mães junto a você, nossos filhos, saboreando aquela pizza que, aliás, posso dizer que morri sem chegar passando fome².

O que fazer diante à situação se eu não brincar? Vou mesmo chorar! Então, tento ser descontraído para vencer as lágrimas que tentam me pegar os olhos.

A Silvinha é outra Rosa da vida… Não arreda o pé, e não fica sem me chamar a atenção. Às vezes, você tinha dúvidas não é pai? Olha sua filha sorrindo e deixa de ser molenga! Esta é a verdade que não podemos fugir.

Vê Rosa, ainda vou conseguir ser adulto e dou-lhes uma lição, que aprenderão a não me jogar sal como se estivessem tentando acabar com lesmas³.​

Meu peito parou. Dormi mesmo, e não adiantava tentarem me acordar, porque nem eu mesmo pude armar qualquer reação quando o relógio parou no meu peito4.​

Beijão nos netos, na Ivete, na Rosana e no Paulinho. Diga a eles que me cuidarei, e sei que se ouvir a Silvinha sem reclamar, vou chegar a ficar bom mesmo. Os meninos vão ajudar você. Se cuide bem.

Beijos de muito amor do seu, sempre seu…

Paulo Madjarof.

MENSAGEM PSICOGRAFADA PELO MÉDIUM CELSO DE ALMEIDA AFONSO, EM REUNIÃO PÚBLICA, NA NOITE DO DIA 25/10/1991, NO CENTRO ESPÍRITA “AURÉLIO AGOSTINHO”, À AV. LUCAS BORGES, 61 – UBERABA – MG.

 

Esclarecimentos:
  • Rosa — Esposa;
  • Paulo — Filho;
  • Rosana — Filha;
  • Ivete — Filha, desencarnada em 22/06/2005, aos 44 anos, em decorrência de um câncer;
  • Silvinha — Filha, desencarnada em 04/05/1986, aos 19 anos, em acidente automobilístico na Via Anchieta;
  • ¹ Meu pai e minha mãe sempre conversavam sobre a espiritualidade. Meus pais já eram espíritas, e como a Silvinha já havia desencarnado 5 anos antes do meu pai, eles sempre ficavam com aquela conversa… Olha! Quem for primeiro manda mensagem tá? Vamos para Uberaba e tentaremos escrever um ao outro;
  • ² Meu pai havia tomado banho, e chamou uma pizza, pois estava sozinho em casa naquele sábado, sendo que no domingo era o dia das mães, e meu pai iria à feira para fazer o almoço pelo dias das mães. Meu paizinho era um excelente cozinheiro. Minha mãe estava na minha casa pois não estava se sentindo muito bem, então meu pai viria no domingo, dia seguinte, e iria preparar o almoço do dia das mães na minha casa;
  • ³ Meu pai era um homem muito bom, generoso, atencioso, bom pai, bom marido, e era muito criança também, mas como gostava de tomar suas cervejinhas com os amigos, e era muito fraco para a bebida, muitas vezes era taxado de molenga, pois ele bebia e ia dormir, e assim deixava de participar de muitas reuniões em família. Mas ele só ficou assim depois do desencarne da minha irmã Silvinha, pois muitas vezes nós o pegávamos chorando pelos cantos, mas tentava se fazer de forte. Na realidade, ele nunca soube aceitar ou administrar a partida da minha irmã Silvinha. Minha mãe sempre falava para ele: Acorda Paulo! Vê se cresce!;
  • 4 Meu irmão, que na época tinha um Play Golf perto da minha casa, trabalhava até tarde, e como morava em São Bernardo do Campo, nos finais de semana ele dormia na casa dos nossos pais, em São Paulo. O meu irmão Paulo chegou na casa do papai por volta das 01:15 h. da madrugada do domingo, dia 12/05/1991, e encontrou meu pai deitado no sofá. Ele achou esquisito o jeito esparramado do meu pai, e, como de costume foi brincar com o papai, e foi aí que ele percebeu que o papai já estava sem vida. Nós ficávamos nos perguntando: Se alguém estivesse junto dele naquela hora, talvez pudéssemos salvá-lo… E eis que ele nos responde nessa mensagem: Não adiantava tentarem me acordar.

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