(06/03/1984 — 09/09/2004)
20 anos
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Querida mãezinha Nilma.
Estou emocionado, e temo não conseguir sustentar a caneta de maneira a pôr no papel as notícias minhas que você tem aguardado com tanta ansiedade.
Saiba que não é fácil mãe, para nós deste lado da mesa… Confesso que a vontade que temos quando nos entregam a caneta é de largar a caneta, correr para os braços de nossos pais, e se pudéssemos nos fazer presentes (visíveis) no salão, gritaríamos com todas as forças dos nossos pulmões: “EU ESTOU VIVO, NÃO MORRI!”.
[su_expand more_text=”Continuar lendo…” less_text=”Mostrar menos” height=”400″ hide_less=”yes” link_color=”#c30714″ link_style=”button” link_align=”center” more_icon=”icon: plus” less_icon=”icon: minus”]Eu os amo. Pelo amor de Deus, levantem-se, voltem a viver, ninguém morre!
Mãe, se não fosse a presença dos avós que estão aqui, eu não sei como iria me virar.
A vovó Santinha¹, a vovó Marina e o vovô Armênio estão me acompanhando neste instante tão difícil.
Sabe mãe, fico imaginando a dor do papai Donato quando pensa no sucedido que nos envolveu. Foi inexperiência minha, nossa, é como a senhora sabe… Meu velho pai, tomado de curiosidade, começou a examinar a arma que eu havia trazido na hora do almoço, e de repente o projétil foi deflagrado, me atingindo a cabeça, e o resto a senhora já sabe; os gritos de desespero, as tuas lágrimas e as de meu pai, a tentativa de me pedirem qualquer reação, a demora do socorro, a agonia que aumentava…, tudo foi tão triste e lamento também certos comentários que meu pai escutou.
Não gostei! Ele não teve culpa de nada, e ninguém precisa repreender meu velho. Já basta a dor do remorso e a presença permanente do acontecido. Eu sei que a senhora e meu pai, com extrema dificuldade têm procurado reagir, mas agora, pelo amor de Deus, vamos pôr alegria em casa.
Quero paz em seus corações, e no meu também.
Eu não morri. Transfira esta certeza ao coração do meu pai que tanto amo.
A vovó Santa é mesmo uma Santa, e é ela e meus outros avós que têm feito com que eu supere as lutas difíceis.
Outro familiar nosso que me recebeu de braços abertos é a bondosa Joana.
Devo terminar mãe.
Receba meu coração como prova do meu amor, e dê o meu abraço de VIVO ao meu pai, tão morto para as alegrias da alma.
Beijos minha mãe.
Foi difícil, mas cheguei ao final desta carta.
Bruno Aquilante.
MENSAGEM PSICOGRAFADA PELO MÉDIUM ALAOR BORGES, NO CENTRO ESPÍRITA MARIA DOLORES, NO DIA 28/11/2009, NO CENTRO ESPÍRITA MARIA DOLORES, NO BAIRRO DA MOOCA – SP.
Esclarecimentos:
- Nilma Aquilante – Mãe;
- Donato Aquilante – Pai;
- Vovó Marina – Avó materna, nasceu em 17/03/1933 e desencarnou em 26/04/2008;
- Vovô Armênio – Avô materno, nasceu em 03/10/1938 e desencarnou em 03/11/2004;
- Joana – Tia materna, mas que nem mesmo a mãe chegou a conhecer, pois ela desencarnou há muitos anos;
- ¹ Vovó Santinha – A avó Santa, Santa Gabim Rosseto, nunca foi mencionada, e nem o Bruno nunca ouviu o nome dela, pois era minha avó paterna, que eu não conheci, pois fui criada por meu pai e ela morava em Piracicaba – SP. Eu não lembrava. Ninguém da minha casa nunca soube dessa avó. Fiquei estarrecida quando o médium Alaor me perguntou quem era a Santinha. Na mesma hora respondi que ela era minha avó paterna. Ela estava acompanhada da minha mãe e da avó Marina. Nunca tive contato com ela, mas ela soube abraçar o bisneto e o acolher. Viva o mundo espírita! (Palavras da mamãe do Bruno, Nilma Aquilante).
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